Alta Costura das Velas

Apaixonada pelas antigas técnicas de fabricação de velas, uma das que mais me fascina é conhecida como o "método da concha".

Ao longo dos séculos, artesãos cirieiros têm produzido velas compostas por materiais combustíveis e pavios de algodão trançado. O termo "círio" deriva do latim "cereus" (de cera) e é amplamente utilizado em contextos religiosos.

Durante a Idade Média, a nobreza e o clero utilizavam círios feitos de cera de abelha, enquanto o restante da população queimava velas com pavios centrais cobertos de sebo. Essas velas emitiam um odor desagradável, produziam fumaça escura, tinham pouca durabilidade e forneciam iluminação fraca.

Existem diversas técnicas de fabricação de velas, sendo uma delas o método de despejo ou "método da concha". Essa técnica permite a criação de velas com diâmetro uniforme em toda a sua altura. Os mestres cirieiros amarram individualmente os pavios a um aro de metal e, em seguida, revestem-nos com cera quente utilizando uma concha. Ao girar o suporte para revestir o pavio seguinte, o pavio anterior tem tempo para esfriar e engrossar, evitando a formação de bolhas de ar na cera.

Atualmente, há poucos mestres cirieiros no mundo que ainda trabalham com essa técnica, fornecendo marcas renomadas que vendem velas de alta qualidade.

A alta costura das velas destaca-se como um verdadeiro símbolo de sofisticação e elegância. Ao preservar tradições ancestrais e empregar técnicas meticulosas, esses artesãos transformam velas em verdadeiras obras, que vão além de sua função decorativa. Essa dedicação à excelência e perfeição resulta em uma qualidade excepcionalmente superior, cativando aqueles que apreciam a beleza e o refinamento.

No mundo contemporâneo, onde a produção em massa domina, é essencial valorizar e preservar as tradições antigas. Ao escolher velas feitas à mão, estamos apoiando a preservação de um legado cultural. Estamos abraçando a autenticidade, o cuidado artesanal e a apreciação pelas raízes históricas. É um convite para iluminar nossos espaços com a luz das velas e com a chama resiliente da tradição.

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by madame nina